
Nesta última terça feira, dia 10, foram anunciados os filmes que farão parte do É Tudo Verdade 2020. O festival de documentários chega a seu jubileu de prata com um dos mais importantes da América Latina, justamente em meio a um ambiente de fake news e mentiras seletivas, onde as pessoas tem escolhido em que acreditar, independente dos fatos.
A importância do festival neste contexto, foi justamente um dos motes centrais da fala do curador da mostra, Amir Labaki, durante a coletiva de imprensa, que também frisou o papel do festival, bem como do cinema em si, como resistência a tempos difíceis.
“As fake news são anti-éticas por definição”. Ele ainda afirmou que “A cultura brasileira está abandonada, com raras exceções. Por isso, são fundamentais as parcerias (…) A indústria cultural está sendo paralisada. Infelizmente, neste país a cultura não é prioridade. Se fosse, o Museu Nacional não teria queimado. É um milagre um festival como o É Tudo Verdade existir há 25 anos”.

Além de Labaki, participaram da mesa o representante do Itaú Cultural, principal patrocinador do evento, Eduardo Saron, a diretora do SPCine, Lais Bodansky e Paulo Casale, do SESC 24 de Maio, que também receberá filmes da mostra. Eles destacaram a importância das parcerias, tanto públicas quanto privadas para a
expansão cultural no país. Bodansky, inclusive, destacou os esforços municipais para a realização do projeto, afirmando “Não vejo os municípios concordando com esse ataque à cultura, muito pelo contrário”.
O festival É Tudo Verdade, estará aberto ao público entre 26 de março e 5 de abril em São Paulo, e entre 31 de março e 5 de abril no Rio de Janeiro. Entre os destaques estão Fico te devendo uma carta sobre o Brasil de Carol Benjamin, sobre a ditadura cívico militar brasileira e Golpe 53 de Taghi Amirani, sobre o golpe de Estado no Irã.
Para mais informações sobre programação ou ingressos, acesse www.etudoverdade.com.br.
Por Rafael De Paula