Dublar é eternizar um personagem de maneira memorável por gerações

BKS-Art-Dubbing

A dublagem é a interpretação à nossa língua, das nossas séries, filmes, animes e desenhos animados favoritos, é uma maneira de aproximar os fãs da obra, conectando com sua língua mãe e transformando toda a magia da produção para cada região.

Nomes como Orlando Drummond, Guilherme Briggs, Wendell Bezerra, Marcos Souza, Carla Pompilio, Flávia Saddy, Mário Jorge, entre outros fizeram e fazem história até hoje, com suas vozes icônicas a personagens memoráveis, que marcaram gerações, eternizando-os e caracterizando seus trabalhos com suas interpretações vocais e harmoniosas a cada projeto.

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É um trabalho que se eterniza e quando bem feito, mexe com o emocional do público e fica na memória afetiva das pessoas, como diversos personagens inesquecíveis que passam de geração para geração“, completa a dubladora Fabiana Aveiro, que começou a carreira na novela Rebelde na Herbert Richers, dublando a Paola, e a partir daí abriu as portas para uma infinidade de personagens, como Dayse Johnson, de Agentes da Shield; Leta Lestrange, Animais Fantásticos Os Crimes de Greendwald; todos os personagens da atriz Zoe Kravitz como nos filmes Divergente, Insurgente, Convergente, na série Big little lies, entre outras… Dayanara, de Orange is the New Black; Edith, em Homem Aranha Longe de Casa, Bunnix, do desenho Lady Bug; Lexi, Diário de um Vampiro; Natalie, em Máquina Mortífera, todos os filmes da atriz Ana de Armas, entre outros.

O Brasil, é considerado o país onde há os melhores profissionais na área, pela maneira que os atores interpretam seus personagens e se entrega, mesmo nunca terem tido contato direto com ele de antemão, por isso, que um bom dublador, antes de qualquer coisa, precisa ser um excelente ator, pois “é preciso observar os detalhes, a expressão do ator que você vai dublar, entender o contexto e a emoção da cena, mesmo que não tenha visto a produção completa“, explica Fabiana Aveiro, que ainda completa dizendo que “a sensibilidade tem que ser grande para perceber os detalhes, expressões, reações, mensagem da cena e passar a emoção correta apenas com a voz”.

Dublar é mais do que apenas interpretar, é dom que alguns atores têm para transpassar sua compreensão para o público, para que a cena se torne tão natural e imperceptível, como se estivesse assistindo em áudio original, mas no nosso idioma.

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Hoje em dia à vários cursos de dublagem e oportunidades para todos. Com aperfeiçoamento desta arte, faz com que se torne mais acessível aprender o ofício. No futuro, espero que a qualidade seja ainda superior àquela que buscamos ter em todas as produções“, disse o jovem dublador Victor Hugo, que participou das dublagens de Stranger Things (Will Bayers), Os Incríveis (Flecha ), It A Coisa (Stanley), Carmem San Diego (Player), Anime Hunt×Hunt (Gon), Corn & Peg (Corn), Um menino que queria ser Rei (Alex) e entre outras produções.

Todavia, não necessariamente o ator precisa ser fluente em outro idioma, se souber melhor, pois ele irá captar mais expressões coloquiais que se adaptam a rotina regional da dublagem, como comentou Fabiana, dizendo há grandes dubladores que não falam inglês ou outro idioma, mas se entregam por completo a cena, transmitindo com precisão e descrição suas perspectiva ao personagem, mas se houver uma diferenciação no currículo, como completou Ana Helena, dizendo que apesar de não haver pré requisitos, outros idiomas sempre ajudam e auxilia na hora de dublar.

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Um dublador não tem idade específica para ingressar nesta área, assim como qualquer outra profissão, todo começo não é fácil, há de perseverar, estudar muito e se dedicar por inteiro a cada papel oferecido, como comentou a jovem dubladora Ana Helena de Freitas, – que dublou personagens como Erica – Stranger Things (série); Isabella – Transformers 5 (filme); Wanda – Onde Está o Wally (série); Lupe – Go Viva do Seu Jeito (série); Poá – Garotas Harvey para Sempre (série DreamWorks) ; Da Vinci – Rua Dalmatas 101 (série Disney); Natalia – ONZE (série Disney); Lizzie – Slanderman (filme); Oeste – Perdidos em Oz (série); Nancy – Anabelle 2 (filme); Lizzie – Resgate em Malibu (filme e série), Leta Lestrange jovem – Animais Fantásticos (filme), entre outros; – em relação a carreira da dublagem nacional, dizendo que “se a pessoa entra em um bom curso e se dedica tem a possibilidade de entrar no mercado“.

Hoje em dia, apesar da voz deles se destacarem em cena, com as redes sociais, eles acabaram ganhando mais destaque e interação com o público, passando a ter seu rosto conhecido e vinculado à voz interpretada, diferente de como era antes, em que muitos viviam no anonimato sem receber seu reconhecimento por sua arte como os outros atores que estão em frente às telas. Mas, suas vozes serão marcadas e reconhecidas a qualquer momento de suas vidas, pelos fãs espalhados pelo país e no mundo a fora.

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Enfatizando um comentário da Ana Helena, sobre a dublagem nas animações, em que ela afirma que “animação original não é dublagem, é voz original ou voz criativa – pois vezes se grava a voz antes e só depois a animação é feita. Afinal o movimento da boca do personagem está no mesmo idioma“, concluir a atriz e dubladora.

Por Patrícia Visconti

Uma consideração sobre “Dublar é eternizar um personagem de maneira memorável por gerações”

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