Eis aqui um caso raro de filme anunciado que ninguém esperava ou pensou que aconteceria novamente, ainda mais tendo em vista a excelente interpretação da vilã estrelada por Glenn Close, no filme 101 dálmatas de 1996, que a Disney trouxe uma produção voltado inteiramente voltada à origem da vilã Cruella, conseguindo fazer uma ótima adaptação.
Sim, excelente por aspectos bem específicos como figurino e trilha sonora, além da extravagante caracterização da personagem interpretada pela atriz Emma Stone que entrega veracidade na atuação da personagem em dois tempos, o primeiro quando ainda é apenas uma ladra de rua fazendo pequenos furtos, e no segundo quando descobre algo que serve como gatilho para aflorar a perspicácia e audácia de enfrentar ofuscando cada evento da rival e inimiga baronesa interpretada pela atriz, Emma Thompson.
É exatamente aí que a cereja do bolo é colocada com o mínimo cuidado pela direção do longa ao disponibilizar a Cruella, artifícios necessários para cada ação da vilã dentro do filme, isso torna a experiência imersiva e satisfatória para quem assiste, e acredite, não é nada previsível os passos que a vilã toma ao longo do filme, é isso torna tudo mais interessante de ver.
Porém, não se engane achando que nessa história terá coisas extraordinárias ou grandiosas de encher os olhos como em outros live action da casa do Mickey, não, não há. Mas, o diretor entrega efeitos visuais muito bem elaborados e cuidadosamente colocados na hora certa, esse artifício funciona numa junção em perfeito equilíbrio dentro da trama, o mundo da moda com belos vestidos e extravagância torna tudo um espetáculo magnífico de visualizar, outra coisa bem marcante no longa é a maquiagem bem empregada na protagonista fazendo ela conversar com apenas o olhar em determinadas situações.
Emma Thompson como baronesa foi outro grande acerto dentro do longa, conseguindo ser tão cruel quanto a protagonista do codinome Cruela, na verdade, a Disney conseguiu acertar em cheio em toda a escalação desse longa, Emma Stone como Cruella dá show na interpretação e entrega uma vilã como deve ser.
Ah, também tem o tempo onde decorre a história da grande vilã, que é na década de 70 bem no início do movimento punk, em Londres na Inglaterra, toda a ambientação consegue envolver numa época de glamour e alta costura do mundo da moda.
Em última análise do filme é possível perceber que Cruella de 2021, não é um live action igual a outros do estúdio, pelo contrário, o longa é o oposto de qualquer outro já feito até o momento, conseguindo trazer uma linearidade aceitável sem parecer exagerado ou caricato ao extremo, ele é justamente aquele meio termo de bom tom, conseguindo divertir e entreter de maneira leve, é livre ao apresentar um universo distante da previsibilidade, sem dúvida tá na pasta dos acertos da Disney.
Ah, tem outra coisa muito bem empregada no filme, e este é o plot twist, que eleva o filme num degrau quase inalcançável, é maravilhoso a escrita dessa revelação e toda a construção de cena, trazendo o impacto necessário a trama, sem dúvida essa descoberta torna tudo maior, portanto Cruella é o acerto e o melhor live action até o momento.
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐
por Daniel Guimarães