Narrativas Periféricas – A arte da quebrada para o mundo

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Que a CCXP além de ser a o maior festival de cultura pop do mundo, não é novidade para ninguém, mas além disso, o festival ainda traz oportunidades e ideais para quem está começando e quer buscar seu lugar ao Sol, na cena da nona arte, junto com os grandes artistas nacionais e internacionais.

Desde 2020, a CCXP em parceria com a Editora Mino e o Perifacon, visa trazer artistas das periferias ao palco do festival, com plena diversidade e interatividade, o propósito intencional é difundir e mostrar as facetas artísticas que fazem parte da quebrada para o mundo.

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Neste ano, com o regresso o evento em maneira presencial, quatro nomes estão ganhando notoriedade e se destacando na cena, com seus projetos autorais e originais, eles irão levar suas artes em um mergulho intenso e inerente à cultura pop, difundindo e incentivando novos artistas da periferia a conquistarem seu espaço também.

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Entre esses artistas começamos com Isaque Sagara, que se formou na Quanta Academia de Arte em 2019, no mesmo ano que adentrou ao projeto Narrativas Periféricas, onde lançou sua primeira HQ, o zine Paralisador, inspirado em elementos de sua vida, ele traduziu de forma poética e precisa para transparecer suas ideias e ideais, resultando em um embrião na publicação lançado pela Editora Mino, Quando a Música Acabar, finalista do Prêmio Le Blanc de Arte Sequencial, Animação e Literatura Fantástica em 2020.

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Em tão pouco tempo de carreira, Isaque foi um dos responsáveis pela arte do álbum A Máscara da Morte Branca, da Editora Draco, e também foi finalista do Prêmio Le Blanc, e recebeu menção honrosa pela ABERST – Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror e em 2021 lançou Tecnodreams pelo selo Negrogeek na editora Ultimato do Bacon.

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Agora, seguindo uma linha mais sutil, mas ainda falando sobre realidades dessemelhantes que prezam pela amizade e cumplicidade, apresentamos o artista Gabú Brito, um ilustrador que está há anos no mercado, mas apenas recentemente ganhou notoriedade com suas artes e obras.

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Em 2020 lançou seu primeiro quadrinho Crianças Selvagens, rendendo-lhe duas indicações ao Oscar dos quadrinhos, o troféu HQ Mix. Sempre ativo e inquieto, Gabú busca se conectar e encontrar pessoas, para desenvolver projetos e ideias, seguindo trabalhando, estudando e contando suas histórias da maneira envolvente e delicada.

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Já o paulistano Eryk Souza, irá mostrar suas influências abrangendo ficção científica, medos, desejos e buscas estéticas. Suas principais referências são de mangá, quadrinho francês, anime e desenho garatuja e cidades do terceiro mundo.

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Eryk lançou sua primeira HQ, Uma e o Pombo, em 2016, pelo selo RISCO, dois anos depois publicou de maneira independente a obra Káros, com arte de Rafael Calfa, uma obra sobre autoconhecimento para ser apreciada com calma e plena reflexão abordadas aos temas abordados. Posteriormente, Eryk lançou Pomo, uma ficção científica sobre descobertas e solidão, que se destaca pela desigualdade e indiferença em líder com os próprios anseios por criaturas dessemelhantes, vividos num futuro distópico permeado de caçadas odiosas e apatias.

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E por fim um mulher nesta cena ainda dominada por homens. A artista baiana, radicada em São Paulo, Kione Ayo. Cursa bacharelado em física na USP, mas é nas artes que ela se encontrou e compartilha seus maiores anseios e perspectivas, influencia por mangas e animes, ela traz sutileza permeada com precisão em suas artes e obras.

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Seu primeiro livro Todos Os Tipos de Vermes, lançado em 2020, é uma complexidade de emoções, belezas e inspirações, vividas em sociedade de opressores embasado em uma trama cativante e intensa, expressados com traços delicados e sensíveis, com o propósito em inspirar pessoas, principalmente as mulheres negras.

Kione ainda participou em 2021 do álbum Nitidez, do autor Felipe Castilho, qual ela produziu as artes belíssimas que enriquecem e compõem as páginas da HQ, que traz em sua trama uma crítica sutil sobre o ensino híbrido e como as diferenças sociais afetam diretamente os menos favorecidos, diante da arrogância e prepotência e intolerância de uma sociedade mesquinha e desigual. Uma obra leve e precisa, que visa escancarar as diversidades social qual vivemos.

por Patrícia Visconti

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