Após a dupla, Fabio Yabu e Fred Rubim, adaptarem juntos a campanha de RPG do site Jovem Nerd para os quadrinhos em: Os Sussurros do Caos Rastejante. Agora, eles retornam para o universo do Horror Lovecraftiano para contar uma nova história em As Três Sepulturas.
A obra, lançada na CCXP22, é inspirada em três contos de Lovecraft: A Tumba, O Depoimento de Randolph Carter e O Cão de Caça, com inspirações que se dão apenas pelo plot, pois Yabu com o seu protagonista autoral acaba trazendo elementos muito mais aventurescos e investigativos para a história, mas sem perder o elemento mais essencial; O Horror.
Yabu cria um investigador com características similares a de um Sherlock, Wolfgang Hunter, é um homem racional, tem uma alta dedução lógica, tem uma ótima percepção, é um pouco excêntrico e acima de tudo, traz algo de misterioso; nós não sabemos quem o protagonista verdadeiramente é.
A história toda se trata em acompanhar a investigação dessa figura misteriosa e extremamente divertida que é o protagonista, acompanhado por outros dois personagens que se unem a ele na investigação, os personagens por sinal são o olhar do leitor, sendo eles que fazem as perguntas que nós falaríamos para Hunter e na qual também carregam as cenas de ação. Enquanto Hunter é um clássico Sherlock Holmes, ele que progride com a história analisando as cenas criminais e tirando as suas próprias conclusões dos acontecimentos por meio da dedução. Mas para Os Grandes Antigos, ser racional e querer entender o que está acontecendo nunca é uma boa forma de se lidar com eles.
A arte do Fred Rubim é uma beleza a parte, o estilo Mike Mignola dele nasceu nesse tipo de história e tudo obviamente casa perfeitamente, só senti falta da cor verde que tinha no Sussurros do Caos Rastejante e que deixavam as cenas de Horror Cósmico mais impactantes, fora esta ressalva a arte está excelente e assustadora.
No fim, As Três Sepulturas é uma excelente história Lovecraftiana, lançada pela Editora Jambô, traz uma combinação forte e relevante de uma investigação plena e envolvente, criando-se o paradoxo perfeito entre a busca pelo conhecimento e a perdição que isso traz após o ter buscado.
por Renan Seynaeve