Não é um filme para ir ver no cinema acompanhado de criança abaixo de 10 anos, isso é o básico para quem for adulto e levar o filho ou sobrinho para ver, os pequenos talvez gostem pela pegada estilo “Dora Aventureira”, já os responsáveis, vão sentir tédio e vontade de dormir, isso claro, é normal visto que a produção tem um público alvo bem definido.
Dirigido por Guilherme Fiuza Zenha, com roteiro de Roger Keesse, e com dublagem do ator Danton Mello, o filme “Chefe Jack: O cozinheiro Aventureiro” é uma produção nacional bastante ousada por parte da equipe em fazer o lançamento direto no cinema, visto a grande concorrência internacional no mercado brasileiro.
O longa tem duração de 80 minutos com estilo típico das animações nacionais, isso é percebido pelas características incrementadas capaz de deixar tudo mais palatável, com uma trama simples sobre um cozinheiro em busca de redenção com o passado para alcançar uma fama maior no presente.
A história apresenta o personagem cozinheiro aventureiro Jack, um jovem cheio de vigor e bastante arrogante, ele viaja o mundo em busca de ingredientes raros para colocar nas receitas de pratos que cozinha, em determinado momento, ele vê pela tv o anúncio de um concurso gastronômico da qual participou no passado com o pai, e resolve que vai participar novamente.
Claro, para isso é preciso os ingredientes do prato pela qual ele pretende entregar a melhor receita de sua vida caso avance para a final do concurso, além de um assistente para auxiliá-lo nas provas e durante o preparo dos pratos no decorrer da competição no programa.
Partindo dessa premissa, chama bastante atenção o cuidado empregado na diversidade colocada dentro do elenco de personagens do filme, isso porque os concorrentes de Jack são muito diferentes um do outro, o longa escancara as características raciais de cada personagem e colocar da melhor forma a resolução que cada um vai usar durante as provas.
É interessante observar que a trama molda duas frentes bem definidas ao deixar evidente a falta de confiança do pequeno auxiliar em relação ao excesso de Jack, desenvolvendo cada um ao longo da jornada do filme, o ápice de toda discrepância entre personagens tão diferentes é resolvida da melhor forma no final.
Como mencionado acima, é sempre bacana ver filmes nacionais no cinema doméstico, principalmente levando em conta o gosto do brasileiro por animações, Chefe Jack: O Cozinheiro Aventureiro é um filme para ser apreciado com bastante atenção pelas ótimas mensagens que contêm a história, talvez não seja tão empolgante para um adulto, mas os pequenos vão gostar bastante.
Além de abrir uma margem bem bacana para outras produções brasileiras do gênero, fazendo assim, a cultura do país através de filmes ser mais valorizada, mostrando que há mercado e interesse do público por produtos audiovisuais nacionais. O brasileiro gosta de cinema com histórias bem construídas e o filme é contemplativo ao deixar o ambiente propício para novas ideias no futuro, tornando-se um convite para celebrar o cinema nacional com uma produção feita com esmero por uma equipe excelente.
por Daniel Guimarães