Dirigido por Lee Cronin, que assina também como roteirista, A Morte do Demônio: A Ascensão, é um alívio sanguinolento sem medo de mostrar na essência como se faz terror sem jumpscare. Na trama é mostrado Lily, que ao perceber estar grávida decide ir visitar a irmã, e rever os três sobrinhos, no entanto, no decorrer dessa união familiar algo sai do controle e os demônios passam a perseguir a família.
Congratulações a todos os envolvidos nesse novo capítulo da saga A Morte do Demônio, porque o filme carrega um história simples em um ambiente incomum dentro da franquia, além de seguir a linha tênue de continuar matando os personagens sem receio nenhum.
Essa franquia ficou conhecida por ser violenta e nunca deixar ninguém seguro o bastante a ponto de sobreviver sem sequelas. A Ascensão, acompanha um núcleo relativamente pequeno, duas irmãs, dois adolescentes e uma criança, alguns vizinhos curiosos e prestativos o suficiente para render sequências alucinantes. De início, a trama avança para criar a situação pela qual a família vai entrar em colapso pelo contato com o livro dos mortos, fazendo a matriarca se transformar no pior pesadelo dos filhos, irmã e vizinhos.
O público pode entender que o filme vai poupar personagens por apresentar uma família, algo incomum na franquia acostumada com núcleo de personagens juvenis. Outro sentimento é a dúvida sobre a escolha da direção, será que a produção vai ter coragem de matar as pessoas do núcleo principal? Sim, eles conseguem fazer isso sem receio nenhum, provando novamente que esse universo pouco importa os personagens.
E isso é maravilhoso em comparação com filmes recentes onde o núcleo principal sobrevive sem nenhuma sequela, onde se opta por dar continuidade a franquias com personagens sem compromisso em terminar jornadas. Em A Morte do Demônio, ninguém está seguro o suficiente para contar histórias de sobrevivência no futuro.
É importante deixar claro a excelência dos efeitos práticos e a maquiagem usada nesta produção, porque em momentos oportunos servem para gerar um certo frio na barriga de quem assiste. A direção de Lee, consegue trazer o sentimento de claustrofobia sem usar nenhum artifício de susto barato, prende pelo horror mostrado na tela, pelo pavor do desespero pela qual passam os personagens.
A montagem é bem construída no ritmo certo sem deixar furos no roteiro, isso acontece devido a escolha do ambiente ser dentro de uma apartamento em um prédio parcialmente abandonado. Trazendo liberdade de uso dos diversos tipos de objetos para entregar cenas de terror e muito sangue.
Enquanto a produção trabalha no uso de efeitos práticos, a direção de fotografia entrega uma paleta simples e fechada em cores nos tons amarelados, em sincronia com a sonoplastia entregando sensações estranhas em cada cena mostrada na tela. De toda forma, A Morte Do Demônio, é um deleite em relação aos filmes de terror dos últimos anos, ao traçar uma linha segura sem deixar a identidade de lado mas avançando em novos horizontes. O filme entra em cartaz nesta quinta-feira dia 20 de abril, nos cinemas.
por Daniel Guimarães