Léa Murawiec – Uma autora de referência sublime e histórias fascinantes

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A autora francesa Léa Murawiec, nasceu no subúrbio de Paris, sempre foi uma aficionada pelas artes gráficas e histórias em quadrinhos, ainda na adolescência começou a produzir suas primeiras tiras autorais. Estudou na Escola Estienne e depois na Ecole européenne supérieure de l’image.

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Uma artista expressiva, que traz em seus traços referências insignes, das quais sua experiência como fanzineira durante o colégio, quando ela publicava no fanzine Flutiste, editado por um grupo de amigos da Escola Nacional de Artes Aplicadas e Ofícios, e posteriormente ela virou editora do coletivo. Ainda, Léa sempre ativa no meio editorial independente, buscava diversificar suas publicações, participando ativamente de vários coletivos, sendo um desses, em que ela inicia uma série de tirinhas em fanzines e revistas coletivas, como Biscoto e Novland.

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O seu trabalho de conclusão de curso foi uma história em quadrinhos de múltipla escolha chamada Endurance. Léa sempre foi muita focada e determinada em difundir sua arte, o que lhe render a uma bolsa conjunta da ÉSI, Magelis e da Cité de la Bande Dessinée, entrou em residência na Maison desauteurs em outubro de 2019 por um ano, durante o qual trabalhou em seu projeto Le Grand Vide.

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No ano de 2021, a autora finalmente lançou seu primeiro álbum Le Grand Vide (O Grande Vazio), um sucesso de crítica e leitores, sendo muito bem recebido, conquistando prêmios e condecorações, como “Álbum do Ano 2021” pela redação da Actuabd, ainda fez parte da seleção oficial do Festival de Angoulême 2022, venceu o Fauve du Public France Télévisions e conquistou o Prémio “Menção” BolognaRagazzi, na categoria Banda Desenhada – juvenil, na Feira do Livro Infantil de Bolonha.

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Le Grand Vide traz em sua narrativa icógnitas sobre particularidades existenciais em um mundo fugaz e feroz, em que todos querem atenção, mas ninguém a tem de verdade, pois a correria e a frivolidade, colocam as belas imagens nos holofotes, mas esquecem da essência singular que está dentro de cada um, mudando constantemente para se tornar único e “imortal” em uma cidade colossal e efêmera, que longe dos arranha-céus há um Grande Vazio, que ninguém mais voltou para ver como está.

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Uma obra comovente e envolvente, que mostra uma reflexão eminente de vazios significativos que surgem diante a instantaneidade em querer ser, sem nunca ter sido, viver sem ter vivido e querer buscar o que não está em seu âmago inerente, se perder diante a imensidão de criar mundos paralelos que distanciam de si mesmo.

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Léa é uma artista singular e autêntica, que não poderia deixar de marcar sua presença pela primeira vez no maior Artists’ Valley do mundo, na CCXP23, que conta com a parceria com a editora Comix Zone, onde ela estará todos os dias do festival no espaço no Magic Market.

Léa é um dos jovens e exponenciais talentos dos quadrinhos contemporâneos em escala global. Ter a autora na CCXP23 reforça o nosso compromisso com o público, com os novos artistas e principalmente com a qualidade da nossa curadoria em conjunto com diversos parceiros, sempre trazendo os melhores quadrinistas do mercado mundial até os fãs brasileiros“, finaliza Ivan Costa, co-fundador da CCXP e curador da programação de histórias em quadrinhos do festival.

por Patrícia Visconti

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