“Coisa Mais Linda” traz as mulheres como protagonistas de suas próprias vidas

COISAMAISLINDA

Estreou no último dia 22 de março no catálogo da Netflix, uma série que faz jus ao seu título, “Coisa Mais Linda“, uma trama que se passa no final da década de 1950, mas que se encaixam perfeitamente aos tempos atuais. Com demonstrações explícitas sobre o machismo, aonde as mulheres buscam igualdade perante a sociedade.

A história baseia-se na paulistana Malu, após se mudar para o Rio de Janeiro, local onde ela e o seu então marido, iriam abrir um restaurante, como de práxis, ela deixa tudo na mão dele, que acaba roubando todo seu dinheiro e fugindo, apesar desses percalços, ela encontra força junto a outras mulheres que estão determinadas em encontrar seu espaço e ter voz. Dentre essas, a empregada doméstica, Adélia e a jornalista Thereza, além de sua amiga de infância, a cantora, Lígia, e que juntas Malu conquista em abrir não apenas um restaurante, como estava em pauta, mas em realizar seu sonho e levar música aos ouvidos mais contagiantes na capital fluminense, abrindo um clube de jazz e bossa nova.

Coisa-Mais-Linda-netflix-fa-s

Mas, nada são flores na vida desta jovem mulher, pois ela terá que provar a qualquer custo sua capacidade e ânsia em prosperar em seu empreendimento, ainda mais num mundo dominado por homens que são regados a uísque, dinheiro e status. Amores irão surgir, como o música Chico, um cantor boêmio, com um voz inigualável, mas seu receio de palcos e de críticas, o deixa recluso diante o público, além disso, há o pai de Malu, um magnata conservador, que acha que mulher deve estar pronta para servir o marido, e não empreender sua vida, mas sua filha o provará junto com suas novas amigas cariocas que mulher pode tudo o que ela quiser, até mesmo, competir de igual para igual com os homens.

“Coisa Mais Linda” é uma mistura de drama, romance, objetivos e barreiras, que apesar das diferenças de décadas, a luta pela igualdade e o direito das mulheres ser quem somos de verdade, parece ser eterna, numa sociedade machista, misógina e que acredita que a voz feminina pouco importa se ela não tiver junto a um homem, ainda mais se ela pensar liberal e querer viver seus próprios sonhos.

cml-106-unit-00147r
Foto por: Aline Arruda/Netflix

Uma série que mostra de forma irreverente e dinâmica quão a força e a veracidade de buscar o que se acredita é conveniente, mostrando a importância para a sua felicidade, ou então, você vive uma vida falsa que irão te impôr.

Uma produção impecável que deixou um Q de curiosidade sobre o destino dessas mulheres determinadas, mas que ainda vivem sob o olhar e julgamentos sociais de uma sociedade patriarcal.

A comparação de 1959 com 2019 não é improcedente, apesar de um longo período separar, parece que muita coisa ainda não mudou, e isso faz com que as mulheres continue eternamente lutando pelos seus direitos e igualdade, em ter suas próprias vozes e respeito ímpar, sem passar por cimas dos homens, mas ser respeitada por suas atitudes e ações, com igualdade e respeito.

COISAMAISLINDA

O seriado de autoria de Giuliano Cedroni e Heather Roth, dirigido por Caíto Ortiz, Hugo Prata e Julia Rezende, traz um elenco esplendorosamente fantástico apresenta Maria Casadevall, como Malu Carone; Leandro Lima, interpretando o cantor e boêmio Chico Carvalho, Fernanda Vasconcellos, como a cantora Lígia Soares; Mel Lisboa, é a escritora e jornalista Thereza; Pathy DeJesus como Adélia Araújo; Ícaro Silva, é sambista Capitão; os irmãos Nelson e Augusto Soares, interpretados respectivamente por Alexandre Cioletti e Gustavo Vaz e por fim o ator Gustavo Machado como o produtor e olheiro musical, Roberto.

A trilha de abertura é embalada por “The Girl from Ipanema”, interpretado por Amy Winehouse, além das outras canções que se conectam com a série, podem ser ouvidas numa playlist no Spotify.

 

Por Patrícia Visconti

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

Uma consideração sobre ““Coisa Mais Linda” traz as mulheres como protagonistas de suas próprias vidas”

Deixe um comentário