Polêmica com Gabi Cattuzzo reabre a discussão sobre a presença das mulheres no universo dos games

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Nesta segunda-feira (24), não apenas o Twitter mas todo o meio social na Internet debateu um caso rotineiro no mundo dos gamers, principalmente para as meninas que jogam e apenas querem fazer seu trabalho com precisão e atenção, mas têm de passar por caras machistas e infantis, que ignoram qualquer conduta sociável e respeitável para se viver harmonicamente neste ambiente, que apesar de (infelizmente) ainda ser meramente dominado por homens, as mulheres estão conquistando diariamente seu espaço, e adentrando ao universo dos jogos eletrônicos avidamente.

Apesar das pesquisas mostrarem claramente que a participação das mulheres hoje em dia na cena de games e e-Sports no Brasil seja superior em relação aos homens, em um crescimento singular, segundo Pesquisa Games Brasil 2019, divulgada neste mês de junho, levando mães, irmãs, namoradas, e outras garotas a jogarem e participarem mais neste universo, que até então, a indústria via como exclusivamente masculino.

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O caso em questão se dá a gamer e influencer Gabi Cattuzzo, que após uma publicação aleatória em suas redes sociais, e um comentário infeliz de um de seus seguidores, em que Gabi respondeu que “homem é lixo”, ao usuário que respondeu de forma machista e sexista, o que gerou um caos horrendo em toda web, e até a exclusão da jogadora como porta-voz de uma das mais notórias marcas de games, a Razer.

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Todavia, até que ponto a Gabi está certa ou errada? E àqueles que usuram de comentários infames para ser o “divertidão” da rede, enquanto ofendia abertamente a influencer? E o respeito em se conviver em sociedade, e ser quem você é, onde quer que seja?

São questões simples, mas que hoje em dia poucos entendem, que a liberdade em falar o que quer, está no limite do desconforto do outro. Não podemos mais achar que uma piadinha é só uma piada, mesmo que a defesa seja bruta e cruel, mas os HA HA HA por trás de seu comentário pode manchar não apenas uma mulher, mas uma geração que construiu seu espaço, diante a tantos a um mundo patriarca e misógino, que acredita que as mulheres podem viver em harmonia, mas tem de aceitar os comentários e ficar calada, como se ainda vivêssemos sob a lei da mordaça e do autoritarismo machista e antropocêntrico.

Gamer-Girl

Ok, a Gabi Cattuzzo não foi tão cordial ao responder de forma sarcástica em seu comentário, mas ela apenas estava se defendendo, diante a tantas ofensas e transgressões antifeministas que há ao seu redor, pois a luta árdua pela conquista neste âmbito é tão feroz e desumana, que a autodefesa acaba sendo a única arma fidedigna que temos em punhos, e se às vezes soa prejudicial e ofensiva, imagina para quem recebe de primeira mão, em uma publicação inocente e de distração?!

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Como comentou a jornalista e editora do site Versus e-Sports, Barbara Gutierrez, compartilhando em anexo um artigo sobre a majoritariedade das mulheres da cena games do Brasil, e também sobre seu trabalho neste ambiente ainda muito machista e preconceituoso, com as mulheres.

Eu só quero respeito no mercado de trabalho que atuo e espaço em empresas que entendam que nós mulheres somos SIM importantes. Só queria dizer que somos maioria no Brasil, não queremos só migalhas!“; e ainda completa dizendo, “Ser mulher, gostar de games e fazer conteúdo sobre isso é difícil demais…“.

Além de ser ofendida, Gabi e sua família estão sendo ameaçados, com divulgação de endereços, telefones e conteúdos pessoais da influencer, por pessoas que o erro em não aceitar a “piadinha” foi dela, e não de quem o fez.

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Talvez, esse caso mostre ao mundo quão comentários inoportunos e desnecessários, mostre aos outros homens quão isso é desagradável e causa desconforto não apenas para as mulheres, mas à sociedade, pois neste mundo estamos todos para aprender e conviver, e não julgar qual raça ou ideologia é melhor do que a outra. Abrir as mentes e reproduzir novos conceitos nunca foi maléfico a ninguém, apenas ajuda a humanidade a entender as diferenças e viver em harmonia uns com os outros.

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A sociedade é um ambiente amplo e para todos, se você não quer ser desrespeitado, aprender a conviver e respeitar a todos, pois até um comentário que para alguns pode ser bobo e banal, pode causar desconforto e desagrado para muitos, a sua representatividade não demonstra superioridade a ninguém, respeito e integridade são parâmetros fundamentais para se conviver em plena concordância e igualdade. Não faça com os outros, o que você não quer que façam com você, seja humano e coletivo.

Por Patrícia Visconti

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