O grande ilustrador e artista gráfico brasileiro, Ricardo Leite, lançou recentemente seu novo projeto no Catarse, depois de nove anos trabalhando nele. Leite, que já assinou dezenas de capas de discos para grandes artistas da música brasileira, como bandas Paralamas do Sucesso e Legião Urbana, além de publicar diversas HQs e ser um colecionador assíduo de arte e quadrinhos, e que está paixão pela nona arte o levou a a se lançar neste meio com seu projeto autoral “Em Busca do Tintin Perdido”.
Este trabalho é amplamente seguido em suas redes sociais, rendeu-lhe a insígnia de Cavaleiro da Ordem da Coroa do Reino da Bélgica, de acordo com o Decreto Real de 20 de janeiro de 2021. Uma graphic novel em homenagem à grandes criadores, roteiristas e desenhistas de histórias em quadrinhos, em um diálogo imaginário com mais de 250 geniais artistas mostrando suas técnicas e principais obras.
A obra “Em Busca do Tintin Perdido” associa ao desenho digno dos maiores mestres, composições gráficas renovadas incessantemente e um relato inventivo e original, em que Ricardo nos leva à uma viagem pelo universo simbólico e cultural que encantaram ao logo de sua vida, assim ele desvela uma relação semirreal, semionírica com Hergé, seu mundo e sua obra, em particular ‘As Aventuras de Tintin’.
São três eventos presentes no livro, desde o encontro faltoso da infância com Hergé nos anos 1970, um golpe do destino em 3 de março de 1983 e uma emocionante viagem à Bélgica para uma visita a Bruxelas e ao Museu Hergé, em 2013 – conduziram o autor a tecer os fios de uma grandiosa homenagem à arte mundial dos Quadrinhos. Há também um glossário em que o leitor pode reencontrar páginas de outros autores e personagens representados na obra, em particular, partir para a descoberta do muito pouco conhecido Quadrinho sul-americano.
A graphic novel é uma das maiores criações do autor, divida em sete livros, podendo ser uma reflexão psicológica sobre a arte dos Quadrinhos, a memória e o tempo. São 10 capítulos, onde Leite presta uma homenagem aos criadores de quadrinhos e também ensina a sonhar, em uma aventura por Bruxelas para visitar o Museu Hergé, através dessa fantasia autobiográfica, ele convida o leitor a reviver a seu lado uma jornada mágica e inspiradora que despertou seu desejo adormecido de desenhar quadrinhos, sendo um resgate emocional ao leitor.
A obra permite um reconhecimento perante aos 224 páginas de cada artista homenageado, em que o autor indica quais de seus livros recomenda para uma boa leitura, em uma narrativa visceral, revivendo encontros imaginários ou não, discutindo técnicas e falas sobre diversas escolas de linguagem, passando pelos grandes festivais de Quadrinhos de Itália, França, Bélgica e Brasil. Sendo um mergulho no universo mágico dessa mídia fabulosa.
O Barquinho Cultural 