Conduzindo a cultura como meio de exportação

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As pessoas criam milhares de planos para investir, aumentar lucros e ganhar notoriedade ao redor do mundo, mas poucos percebem que uma das maneiras mais plausíveis de conquistar o turismo e incentivar a economia, é através da cultura. Dando subsídios para que o setor cresça e se desenvolva por si só, conquistando o mundo através da arte e a da cultura popular.

Mas, não adianta apenas focar naquela já vista e transmitida por todos, têm de trazer novas facetas, e distintas formas de expressão, ainda mais se tratando em um país tão rico culturalmente quão o Brasil, que é muito maior do que aquele mostrado pelas mídias convencionais e promovido pela burguesia. Usurpando do popular para fazer bonito lá fora, enquanto aqui dentro pouco importa com o que acontece, deixando gringo achar que a festa toda só gera em torno de mídia e insolência. Há de ter foco e persistência, “tanto fora como nossa própria economia tem de haver incentivo, apoio e suporte da visibilidade a muitas coisas que acontecem e não aparecem“, disse a Arte educadora e fanzineira Thina Curtis. Porém, não adianta “só divulgar não adianta, nem chamar público de fora. Tem que criar políticas culturais estruturantes e sustentáveis com foco interno mesmo“, completa a Gestora de MKT e Políticas Culturais Aryane Sánchez.

Um exemplo é o crescimento do PIB da Coréia do Sul, entre o final do século 20 e primeiras décadas do século 21, fez com que o país se tornasse mais popular e evidente globalmente. Com sua cultura difundida diante ao cenário global, expandindo assim seu comércio internacional e melhorando seu campo industrial, em projeção a sua cultura, gastronomia e turismo. Tornando forte e referente junto a outras potências, solidificando sua economia, e levando sua essência particular a diferentes povos e nações, em uma produção criativa e participativa do governo, da população e das empresas.

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A Coréia investiu forte na produção nacional e em alguns anos começaram a exportar cultura e serem reconhecidos mundialmente. A Coréia conseguiu sem nenhum apelo prévio no cenário mundial como nação. O Brasil tem um histórico de ser atrativo mesmo sem qualquer tipo de incentivo. Se o governo olhasse para o potencial cultural e investisse nisso, poderíamos ser uma potencia cultural e poucos anos, visto que exportamos artistas para países onde a indústria cultural paga melhor e é mais valorizada“, afirma o editor e quadrinista Raphael Pinheiro, que completa dizendo sobre os “estudos que mostram que o investimento em cultura reverte positivamente pra economia, trazendo mais consumo, mais turismo e mais movimentação de mercado“.

E visando nessa expansão no cenário nacional, uma artista que anda levando mais do que sua música para o mundo, é a cantora Anitta. Alguns podem até não curtir sem estilo, mas temos que admitir que a oposição, levada por ela, diante ao terror e descrença que sucedia no Brasil nos últimos anos foi surpreendente. Já que, enquanto o ódio culminava aqui dentro em uma desculturalização eminente sendo promovida, a cantora levava sua música e a cultura do país para as principais paradas mundiais, resultando numa rica e apropriação cultural exportada de maneira límpida e imparcial, convertendo assim, qualquer negativismo e desatenção, envolto das indiferenças e repulsão, tornando-a notória e conquistando espaço mediante aos célebres do mercado fonográfico internacional.

Todavia, esse é apenas um exemplo exitoso, já que sem investimento e planejamento, não há incentivo e de como seguir em frente, pois não adianta forçar um desenvolvimento externo, enquanto a situação interna anda um caos e sem estímulo, há de ter um equilíbrio, foco e critério para que o país estabeleça e se desenvolva, com plena reflexão, levando com exatidão toda energia criativa a ser expandida, gerando assim uma cultura e uma economia mais sólida e veraz.

Mas, não adianta “elitizar” a cultura para impressionar, pois assim vai afastar de sua essência e origem, fazendo com que chegue de uma maneira equivocada de como ela realmente é, sem suas características primordiais, tornando-a desgastante a qualquer ação envolvida as políticas culturais desenvolvidas para o crescimento eminente do país com sua arte e particularidade.

A estratégia apenas para sobreviver da cultura popular, tem que criar mercado interno, política pública pra quem tá aqui todo o dia e não tentar inventar uma coisa sazonal que dependa de gente de fora“, certifica Aryane. Sustentado pelo comentário de Raphael, que completa dizendo que “é necessário um programa nas escolas que valorize a cultura nacional e, com o tempo, a próxima geração vai pensar diferente. Um exemplo internacional disso sendo feito é a França, que possui fortes programas de protecionismo cultural para audiovisual e literatura, além de aproximar os estudantes de quadrinhos e livros de autores do país já nas primeiras turmas da escola“.

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A cultura popular é algo natural da sociedade, algo que passa de geração para geração, e que se ela for bem gerida e promovida, pode trazer benefícios significantes para o desenvolvimento da nação, fazendo com que seu crescimento seja suprido através de sua arte e produções culturais expostas em parâmetro global e torne um produto externo viável e elevado para o país, melhorando assim a relação econômica e social interna elevada.

A valorização da cultura nacional (que é super rica), vai ser natural que os artistas representem mais o que acontece por aqui. Nossos problemas, nossos conflitos, nossos dramas, tudo isso já é importante mas é pouco explorado porque vende menos“, conclui Pinheiro.

por Patrícia Visconti

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